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AMY TAN



Site pessoal de Amy Tan (em inglês).
Amy Tan na enciclopédia Wikipedia.

El Club de la buena estrella (The Joy Luck Club, 1989), romance em versão espanhola de Amy Tan (foto), aborda a questão da etnia na ficção contemporânea e expõe a delicadeza da cultura chinesa, em particular a visão feminina, desde o princípio, com a narrativa surpreendendo e comovendo pelos tons suaves, como a travessia do Oceano Pacífico empreendida pela anciã anônima, que parte de Xangai até São Francisco levando um cisne de estimação, ave que lhe é arrebatada pela alfândega na chegada aos Estados Unidos, começando aí os choques de seu passado milenar com as promessas de riquezas.

Em meio a proximidade do matraqueador das metralhas e ribombar das bombas eliminadoras de vidas da Guerra Sino-Japonês (1937-1945), surge a idéia do Clube, que reúne quatro mulheres em torno da mesa do jogo mah-jong, uma singularidade que apenas a alma chinesa é capaz de perceber em todas suas nuances.

A lágrima que escorre da pálpebra, borrando a escrita na carta ao parecente há muito distante, vai esboçando o estreito círculo familiar dos lares chineses. Afinal, como sobreviveriam tantos milhões de pessoas se as pequenas habitações não acolhessem todos os entes queridos e respeitado?

Em síntese, a história gira em torno dos encontros e desencontros familiares e, um reflexão, será que nós, alguma vez, pensamos em nossos ancestrais que ficaram na Europa d'além mar? ...

Amy Tan nasceu em Oakland (Califórnia) em 1952 numa família de imigrantes chineses, tendo realizado seus estudos na Suíça, voltando aos EUA para casar com o advogado Louis Mattei. Amy doutorou-se em lingüística, trabalhando com deficientes mentais e sendo uma ghost-writer (escritora fantasma) de ooutras pessoas (há muitos escritores por aí que não escrevem suas obras, utilizando o trabalho de terceiros ou de agencias literárias). Depois, ela passou a escrever seus próprios livros.

Seu sucesso deve-se em parte ao rápido apogeu deste tipo de literatura, iniciado no final de 1970 e que entrou para a lista dos best-sellers justamente com este livro de Amy Tan em 1989, que é, por isso mesmo, considerada um fenômeno editorial entre as escritoras asiático-estadunidenses!

Aponta-se o ativismo estudantil de cidades como São Francisco e o apoio da Universidade da Califórnia, em Berkeley, entre outros locais, como responsável pela ampla aceitação desta forma de literatura mais voltada para a questão étnica.

--João Weber Griebeler


Texto inicialmente publicado no
Jornal Igaçaba
Ano 9 - número 101 - Outubro, 2005
Roque Gonzales, Rio Grande do Sul
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